Michael Faraday
Michael Faraday nasceu em Newington, Surrey, Reino Unido, em 22 de setembro de 1791. Filho de um ferreiro, aos 14 anos empregou-se como aprendiz numa oficina de encadernação. Completou seus primeiros anos de instrução com uma dedicação incomum, voltado para a leitura de obras científicas, sobretudo de química. Sua paixão pela nova ciência levou-o a assistir às conferências de Humphry Davy, na Royal Institution, onde teve a oportunidade de entrar em contato com o melhor do conhecimento científico de seu tempo.
Como assistente de Davy, Faraday viajou em sua companhia pela Europa e visitou os mais importantes centros de cultura. De volta à Inglaterra, passou a trabalhar assiduamente no laboratório da Royal Institution. Por volta de 1821, atraído pela experiência do físico dinamarquês Oersted, que demonstrou a propriedade da corrente elétrica de modificar a direção de uma agulha magnética, Faraday verificou, invertendo a experiência, que os magnetos exercem ação mecânica sobre os condutores percorridos por corrente elétrica.
Para chegar a essa conclusão, Faraday colocou um ímã em posição vertical sobre um banho de mercúrio, de modo que uma de suas extremidades ficasse imersa no líquido. Ao ligar um fio condutor ao mercúrio, fechando o circuito, observou que, quando o fio se movia em torno de seu ponto de suspensão, descrevia círculos em volta do ímã. Se, pelo contrário, o fio fosse mantido fixo e o ímã deixado livre, este girava em torno do fio. Com essa experiência, fundamental para o desenvolvimento tecnológico posterior, Faraday criou o primeiro motor eletromagnético.
Em 1823 conseguiu liquefazer o cloro e, no ano seguinte, graças à notoriedade conquistada por suas descobertas, foi eleito para a Royal Society, de Londres. Em prosseguimento de suas experiências, em 1825 isolou o benzeno e, retomando os estudos sobre o eletromagnetismo, em 29 de agosto de 1831 descobriu a indução eletromagnética. O fenômeno, já entrevisto por Arago e por Ampère, só foi definitiva e cientificamente explicado por Faraday.
Leis da Eletrólise
Em 1834, ao reexaminar os trabalhos de Volta sobre os fenômenos eletroquímicos, Faraday procedeu a uma série de experiências e mostrou que uma transformação química pode ser causada pela passagem de eletricidade por meio de soluções aquosas de compostos químicos, o que culminou com o estabelecimento das leis da eletrólise. A primeira delas diz que “a massa de substância decomposta pela eletrólise é proporcional à quantidade de eletricidade que atravessa o eletrólito” e a segunda, que “as massas de diferentes substâncias libertadas pela mesma quantidade de eletricidade são proporcionais aos respectivos equivalentes-gramas”. Denominou-se “faraday” a quantidade de eletricidade necessária para libertar um equivalente-grama de qualquer substância.
As experiências realizadas por Faraday com o fim de caracterizar as propriedades dos campos eletromagnéticos conduziram-no, em 1838, à definição da corrente elétrica como resultado da vibração provocada pelas rápidas alternâncias de tensão nas moléculas dos bons condutores. Admitiu então que os condutores não podem suportar uma forte tensão intermolecular. Em 1845 renunciou à hipótese das tensões eletrostáticas e voltou a atenção para o estudo das tensões eletromagnéticas.
Efeito Faraday
Faraday descobriu que o plano de polarização de um feixe de luz polarizada, que atravessa um bloco de vidro, gira quando submetido a um forte campo magnético. Verificou também que o ângulo de rotação (Θ) do plano de polarização está relacionado com o módulo (M) do campo magnético e com a espessura (L) da substância. Depende ainda de uma constante conhecida como constante de Verdet (V), que é uma propriedade da substância, de sua temperatura e da frequência da luz.
Os notáveis trabalhos e descobertas de Faraday consagraram-no como o mais ilustre representante da física experimental do século XIX. Suas concepções teóricas, entre as quais as que tratam das linhas de força, serviram de base aos trabalhos de Maxwell para o estabelecimento da moderna teoria das ondas eletromagnéticas. Michael Faraday morreu em Hampton Court, Surrey, em 25 de agosto de 1867.
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